sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

A Divisão da Alemanha

A Alemanha do pós-guerra não ficou de fora de disputa por áreas de influência. Assim, as regiões controladas por França, Reino Unido e EUA logo se tornaram uma, a República Federal da Alemanha (RFA), ou Alemanha Ocidental.
A outra porção do país, chamada de República Democrática da Alemanha (RDA), ou Alemanha Oriental, ficou sob o comando dos soviéticos, e fez parte da chamada Cortina de Ferro que reunia países como Polônia, Hungria, e a antiga Tchecoslováquia.
Como Berlim ficava rodeada pelo território da Alemanha Oriental, em 1961, as autoridades passaram a construir um muro para evitar o intercâmbio entre o lado socialista e o capitalista da cidade. A construção se tornou um símbolo da Guerra Fria.
Com o declínio do socialismo, a Alemanha Oriental começou a sofrer constante pressão. Além disso, seus cidadãos falavam alemão, tinham parentes do outro lado do país e fortes vínculos, mas não podiam visitá-los.

                                                                A Divisão da Alemanha
                                                      A Construção do Muro de Berlim
                                               A Destruição do Muro de Berlim

A Alemanha Oriental

A Alemanha Oriental, oficialmente República Democrática Alemã (RDA), em alemão Deutsche Demokratische Republik - DDR) foi um Estado criado em 1949 no território da Zona de ocupação soviética, uma das Zonas ocupadas pelos Aliados na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial, quando o território alemão foi repartido entre os Estados Unidos, o Reino Unido, a França e a União Soviética. Enquanto a zona soviética deu origem à RDA, a junção das outras três deu origem à República Federal da Alemanha (RFA), ou Alemanha Ocidental.
A RDA foi proclamada em Berlim Oriental no dia 7 de outubro de 1949. Estabeleceu-se um regime socialista amplamente controlado pela União Soviética. Em Junho de 1953, após a morte de Stalin, dá-se a violenta repressão da Revolta de 1953 na Alemanha Oriental.[1] Este facto fez com que cerca de três milhões de habitantes da Alemanha Oriental fugissem para a Alemanha Ocidental. Foi declarada totalmente soberana em 1954. Tropas soviéticas continuaram no terreno com base nos acordos de Potsdam, tendo em vista contrabalançar a presença militar dos Estados Unidos na República Federal Alemã durante a Guerra Fria. A RDA foi um membro do Pacto de Varsóvia.
A capital da Alemanha Oriental manteve-se em Berlim Oriental, enquanto que a capital da RFA foi transferida para Bona. No entanto, Berlim foi também dividida em Berlim Ocidental e Berlim Oriental, com a parte ocidental controlada pela RFA, apesar de a cidade estar totalmente situada em território da RDA. Esta divisão foi reforçada pela construção do muro de Berlim em 1961, e que esteve de pé até 1989.
Em 3 de Outubro de 1990 ocorreu a reunificação da Alemanha. A população da RDA votou esmagadoramente a favor de um retorno à tradicional estruturação do seu território em Länder e à integração destes "Estados" na República Federal da Alemanha, com a dissolução do governo central da Alemanha oriental. A minoria das pessoas contrárias à reunificação pretendeu que a RDA foi efectivamente anexada à RFA.

Alemanha Ocidental

Alemanha Ocidental era o nome com o qual ficou conhecida a República Federal da Alemanha entre 1949 e 1990. O Estado foi constituído a partir de três das Zonas de ocupação aliada da Alemanha, na sequência da Segunda Guerra Mundial. A outra zona de ocupação, soviética, constituiu um estado à parte conhecido como Alemanha Oriental.
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os líderes dos Estados Unidos, Reino Unido e da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) se encontraram na Conferência de Potsdam. Decidiram temporariamente dividir a Alemanha em quatro zonas de ocupação: Francesa no sudoeste, Britânica no noroeste, Americana no sul, e Soviética no leste. Em 1949 os três primeiros setores federalistas, foram agrupados formando a Alemanha Ocidental de governo capitalista, sendo que o último setor, referente a Alemanha Democrática, se transforma na Alemanha Oriental de governo comunista alterando o curso da história já que a capital Berlim permaneceria, até 9 de novembro de 1989, integrada ao setor democrático controlado pela Rússia.
Com a união, a cidade de Bonn, na Renânia, foi escolhida para representar a capital da Alemanha Ocidental sendo que o governo dos federados conseguiram manter uma posse de certa forma precária sobre parte de Berlim, igualmente dividida em zonas ocidental e oriental, que definitivamente situada em território da Alemanha Oriental, originou um corredor aéreo e uma rodovia internacional de ligação a essa parte ilhada.
Antes da década de 1970, a posição oficial da Alemanha Ocidental quanto à existência da Alemanha Oriental, de acordo com a Doutrina Hallstein, era de que o governo alemão-ocidental era o único democraticamente eleito e, por conta disso, representante legítimo do povo alemão, e qualquer país (com a exceção da URSS) que reconhecesse a existência da Alemanha Oriental teria relações diplomáticas cortadas com a Alemanha Ocidental.
No início dos anos 1970, a Ostpolitik de Willy Brandt levou ao reconhecimento mútuo entre as duas repúblicas. O Tratado de Moscou (de agosto de 1970), o Tratado de Varsóvia (de dezembro de 1970), o Acordo dos Quatro Poderes de Berlim (de setembro de 1971), o Acordo de Trânsito (de maio de 1972), e o Tratado Básico (de dezembro de 1972) ajudaram a normalizar as relações entre os dois países fazendo com que ambos se juntassem à ONU.
A queda do Muro de Berlim significou o marco da queda da Alemanha Oriental, que foi anexada à Alemanha Ocidental. A Alemanha de hoje é o mesmo Estado (mantém o nome de República Federal da Alemanha) agregando o território da antiga República Democrática Alemã. Os dois Estados adotaram a mesma moeda e alfândega em julho de 1990, a Alemanha Oriental foi dissolvida e anexada à República Federal da Alemanha finalizando a divisão oeste-leste, quando também foi perdido o sentido em referir-se a ela como "ocidental", bastando apenas o nome de Alemanha.


O Muro de Berlim

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O Portão de Brandeburgo atrás do muro
Durante 28 anos, de 1961 a 1989, a população de Berlim, ex-capital do Reich alemão, com mais de três milhões de pessoas, padeceu uma experiência ímpar na história moderna: viu a cidade ser dividida por um imenso muro. Situação de verdadeira esquizofrenia geopolítica que cortou-a em duas partes, cada uma delas governada por regimes politicos ideologicamente inimigos. Abominação provocada pela guerra fria, a grosseira parede foi durante aqueles anos todos o símbolo da rivalidade entre Leste e Oeste, e, também, um atestado do fracasso do socialismo real em manter-se como um sistema atraente para a maioria da população alemã.
As Primeiras Pedras
"Terrível! Esta fronteira de pedra ergue-se... ofende/ os que desejam ir para onde lhes aprouver/ não para um túmulo de massa/ um povo de pensadores."

Volker Braun, 1965

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Soldado trabalha na contrução do muro

Na manhã bem cedo do dia 13 de agosto de 1961, a população de Berlim, próxima à linha que separava a cidade em duas partes, foi despertada por barulhos estranhos, exagerados. Ao abrirem suas janelas, depararam-se com um inusitado movimento nas ruas a sua frente. Vários Vopos, os milicianos da RDA (República Democrática da Alemanha), a Alemanha comunista, com seus uniformes verde-ruço, acompanhados por patrulhas armadas, estendiam de um poste a outro um interminável arame farpado que alongou-se, nos meses seguintes, por 37 quilômetros adentro da zona residencial da cidade. Enquanto isso, atrás deles, trabalhadores desembarcavam dos caminhões descarregando tijolos, blocos de concreto e sacos de cimento. Ao tempo em que algum deles feriam o duro solo com picaretas e britadeiras, outros começavam a preparar a argamassa. Assim, do nada, começou a brotar um muro, o pavoroso Mauer, como o chamavam os alemães.
A Divisão Original

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Berlim divida em 4 setores

Berlim fora conquistada pelo Exército Vermelho em maio de 1945. De comum acordo, acertado pelo tratado de Yalta e confirmado pelo de Potsdam, entre 1944-45, não importando quem colocasse a bota ou a lagarta do tanque por primeiro na capital do III Reich, comprometia-se a dividi-la com os demais aliados. Desta maneira, apesar dos soviéticos tomarem antes a cidade, e também um expressivo território ao seu redor, tiveram que ceder o lado ocidental dela para os três outros membros da Grande Aliança, vitoriosa em 1945. Assim Berlim viu-se administrada, a partir de 8 de maio de 1945, em quatro setores: o russo, majoritário, o americano, o inglês e o francês. Com o azedar da relação entre os vencedores, em 1948 as quatro zonas reduziram-se a duas: a soviética e a ocidental. Em seguida, Stalin decidiu-se por um bloqueio total contra a cidade em represália ao Plano Marshall, que visava promover o reerguimento econômico da Europa destroçada pela guerra. Todas as estradas de rodagem e de ferro que ligavam Berlim com a Alemanha Ocidental foram então fechadas pelos soviéticos, na tentativa de fazer com que os aliados ocidentais desistissem da sua parte na cidade. Ou saíam ou os berlinenses morreriam de fome e frio.

O que aprendemos com a queda do muro de Berlim?


Vinte anos sem muro de Berlim, esse infamante marco da história. Para um amante da liberdade – das liberdades – a evocação da queda do muro de Berlim é um tonificante mergulho no baú das recordações. As imagens de rebeldia das pessoas a escaqueirarem o muro, o efeito de contágio em que mais e mais pessoas se acercavam do muro sem o temor de serem abatidas pelas miseráveis, covardes metralhadoras dos guardas comunistas, o ambiente festivo que demolhou a revolta armazenada durante décadas de imbecil opressão – ah, como merecem ser emolduradas essas imagens. Como mostruário da essência de liberdade que percorreu as veias das pessoas que gritaram contra a artificial divisão de uma cidade, de um país. Contra o artificial espartilho determinado pela oposição das ideologias que, quando se impõem sobre as pessoas, são uma artificialidade que abjura a natureza humana.